domingo, 28 de fevereiro de 2010

E VAI ROLAR A FESTA...

Festa é sempre bom, agora festa comemorando aniversário de filho é melhor ainda, eu acho.
Pensar que o tempo passa tão rápido que, de bebezinho que era pouco tempo atrás - pouco tempo na minha lembrança, lógico - meu "anjo fiote" fez 17 anos.
Artur virou rapaz, e fez de sua festa um marco de passagem. Equilibrado e decidido que está, definiu tudo o que queria e fez acontecer. Acatei suas escolhas e organizei do jeitinho que quis, sem tirar nem por.
Convites feitos, casa preparada pra receber os amigos escolhidos, churrasqueira acesa, cerveja gelada, som profi no esquema.
Cai a chuva; mas não foi uma chuvinha besta, foi um temporal. Voou tenda prum lado, gente pro outro, comidas alagadas, enfim, um caos bom.
E sabem que foi muito bom mesmo? Pois providenciamos uns sacos plásticos enormes pra transportar o som pra sala de sinuca, e aí foi que a alegria aumentou. Todo mundo molhado recolhendo o que dava pra dentro de casa, o jogo de sinuca rolando quente, o show de Artur Pádua e Dudu arrebentando nos Beatles, a cozinha funcionando a todo vapor pra assar o churrasco no forno - com Aparecida, Beatriz e Cláudia assumindo a responsa, a cerveja gelada acabou e a quente também tava ótima, enfim, uma comemoração que nem chuva conseguiu estragar. Começou 1 da tarde e acabou mais de 1 da manhã.
Tá felizão meu fiote. Ontem acordou em estado de graça, comentando que nunca em nossa casa nem de ninguém viu uma festa tão perfeita.
Ano que vem vamos bombar - meus 50 e os 18 dele. Já pensaram? Nós já.
E os amigos são sempre bemvindos.

O MITO DE SÃO JORGE


Meu amigo Jorge Raggi é um estudioso bacana demais. O sujeito sabe "de um tudo" - e bem. Este texto que transcrevo aqui foi publicado no site dele. Bom pra gente aprender mais sobre nosso Guerreiro.
Salve Jorge!!!

O MITO DE SÃO JORGE
Este artigo foi publicado para comemorar o dia de São Jorge (23 de abril) e posteriormente publicado no Editorial - jornal "Estado de Minas", em 28/05/96


"...O quadro de São Jorge é o conflito internalizado de um combate..."
Jorge P. Raggi



Existiu realmente o Jorge da Capadócia região desértica no centro da Turquia. Montou um fogoso corcel branco e foi apoiar o Imperador Romano Diocleciano. Mas tornou-se cristão, e a Imperatriz Alexandra apaixonou-se por ele. Jorge enfrentou o Imperador publicamente, e por sete anos, na cidade de Sidon, foi torturado por vários suplícios, sobreviveu a todos e morreu decapitado em torno do ano 290 d.c. Apareceu o mito. Enfrentou um dragão que assolava uma região, no momento que a prenda exigida era uma princesa.


O mito universalizou-se através dos tempos e geograficamente. No escudo dos cavaleiros das Cruzadas, em moedas na Itália, Inglaterra. Na Rússia, Armênia, Geórgia, Portugal, Espanha, Grécia, Cuba. O Brasil tem São Jorge na boêmia, nos bares, terreiros espíritas e igrejas.


No primeiro milênio a.C. havia também este mito com grande universalidade. A maior manifestação de arte dos etruscos é uma escultura do monstro Quimera. O herói grego Belerofonte (aquele que é cheio de força), no cavalo alado Pégaso, lutou e venceu a Quimera. Com a vitória teve a filha de lóbate. O mitólogo Junito Brandão diz que "Quimera" é sinônimo de "imaginação perversa", e o inimigo combatido pelo herói está no inconsciente, o perigo monstruoso que todo ser humano possui etente dentro de si.


Uma interpretação mitológica consiste em tentar clarear conteúdos de forma livre, sem preocupações com a lógica e a "realidade aceita". O quadro de São Jorge pode ser o conflito internalizado de um combate, com um quatérnio: Jorge (masculino), princesa (feminino), Corcel (fogo criador), Dragão (o mal). O quatérnio traduz completude, na mitologia. Em diferentes épocas e regiões, os artistas transformam os quatros componentes em três. Quando o masculino se funde com o feminino , o Jorge é andrógino e não se representa a princesa. Quando cavalo funde com dragão,saem chamas nas narinas do cavalo e ele exibe uma expressão de dragão. Se a fusão aumentar e atingir dois componentes, aparecer o centauro: o homem-animal, incontrolável, e, ou, a centaura: mulher devoradora. Se a fusão for total é a flecha que voa para o alvo que se quer atingir. Esta transformação foi destruidora no mito grego de Belerofonte, mas pode ser salvadora na evolução do mito de São Jorge.


Sempre tentamos separar o bem do mal, e ainda recalcar, esconder, denegar o mal. Historicamente o ser humano foi muito violento, e atualmente estamos assustados com a tomada de consciência do mal. Mas a conscientização é um caminho para vencê-lo, junto com o conhecimento da nossa natureza animal, o centauro. Estes dois movimentos já estão em cursos: informações mais completas e detalhadas do mal, levantando cada vez mais dados; e a consciência corporal, não no sentido de embelezar o corpo, mas de conhecer nossa natureza animal, o que realmente somos.


Fernando Pessoa, na poesia Eros e Psique, diz que é preciso vencer o mal e o bem (conscientizar) para que o Príncipe veja que ele é a Princesa Adormecida. E Rodin, na escultura Centaura, mostra a saída da natureza animal para a flexa consciente.


Se este vôo foi muito alto, há uma sugestão prática: os assaltantes são devotos do santo. Uma imagem, um quadro, como cumplicidade na devoção, pode levar o assaltante a desistir da ação. Dizem que não é bom ofender o Santo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CASA DE VÓ

Tô prontinha pra ser avó. Tive certeza disto há alguns dias, em que todos os nossos filhos e agregados - noras e genro - passaram o domingo conosco. Pra completar nossa família que já é bem grande - 7 filhos não é pouca coisa, né? - ainda estavam presentes as encantadoras irmãs de meus filhos, em férias por aqui. São as mascotes da família. Chegam e ficam tão à vontade que só mesmo em casa de vó, no caso, eu. Walmir faz sem esforço o papel de avô, daquele tipo de avô que todo mundo queria ter - paciente, carinhoso, atento.
Pola é linda, brava, quieta, menos falante; Helena espevitada, risonha, dengosa. Apaixonantes as duas. Morro de saudade quando vão embora, porque como ainda são crianças, lembro-me bem de meus meninos pequenos enquanto cuido delas.
Anos atrás meu filho Pedro fez uma redação na escola sobre uma das avós. Escolheu falar sobre minha mãe e sua casa em Itambacuri. Era lá que ele e os irmãos passavam todas as férias, tinham vivências bem diferentes da vida na cidade grande, eram acolhidos pelos avós, bisavós, tios, primos e qualquer um da cidade, uma vez que todos se conhecem.
O mais legal foi a forma descrita por ele sobre a casa dela, como ele a via - enorme, com pomar e um rio no fundo do quintal - que na verdade tem mesmo, só que na casa de vovô Antoninho - vô bisa - enfim, na cabecinha dele tinha tudo o que precisava pra ser feliz na casa de vovó Teresa. E continua tendo...
É, porque em casa de vó tudo é grandioso, as frutas são mais doces, a comida é mais gostosa, a cama é mais quentinha, as brincadeiras são mais divertidas, tudo é mais.
Morro de inveja de minhas amigas que já têm netos. Deve ser mesmo uma experiência única, e cada uma delas diz a mesma coisa - neto é ainda melhor que filho. Nem posso imaginar coisa melhor do que foi e ainda é ter e cuidar de minha ninhada, mas se todas falam deve ser verdade. Só não sei como meu coração vai aguentar tanto amor.
Pelo andar da carruagem ainda tenho um tempo razoável pra ir me preparando; todos eles ainda pensam em namorar muito, estudar, viajar, pra só mais tarde terem filhos.
Fazer o que, né? Esperar e me apaixonar quando chegarem...