sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MINHA PRIMEIRA VEZ

Minha primeira viagem de Van ficou pra história. Dei de acompanhar meu amado numa apresentação da peça em Ipatinga, abertura da Campanha de Popularização do Teatro de lá. Foi todo mundo numa van fretada - equipe técnica e elenco - e eu, como caí nas graças da produção, fui incluída na tal viagem.
Gente, pode todo mundo morrer de inveja, porque nenhuma viagem a Paris seria melhor que esta. Minhas bochechas deram cãimbra de tanto rir.
Um monte de homens e 3 mulheres - Ana Amélia, Bianca e eu.
Rolou tudo que foi assunto da saída daqui até a chegada aqui também, 30 horas depois da partida. Tudo o que aconteceu antes, durante e depois vai nos dar saudade por muito tempo, aposto.
Até um namorado baiano pra "Fuscão Preto" - apelido de um dos integrantes da comitiva - surgiu do nada, com direito a cortejo e tudo, quando paramos pra comer pão com linguiça.
Gente com quebranto também teve, né "Martins"? Deve ser melancolia, lembrança das "pinceladas" que levou quando era mais jovem. A cura? Nas mãos de Ana Amélia, que se comprometeu a incluir incenso e até jantar romântico no pacote de benzeção. Afinal de contas, segundo as convicções da benzedeira, reza, boquete e copo d'água não se pode negar a ninguém...
Bianca se desespera querendo fumar e pensa em sair voando da van - voando de rodo, já que com o tempo nublado a vassoura da bruxa é substituída por rodo...
Babalu - vulgo do moço bonito de olhos verdes, clone de Letícia Spiller - pede uma coçadinha nas costas de algum caridoso, carente que ficou sozinho no último banco. Se coçou sozinho, ninguém deu confiança...
Jefferson dá de contar que um amigo ficou seduzido pelo traseiro de outro e quis saber se o dono dava. Disse ele que achava que sim, desde que tivesse alguém pra segurar...
Música ambiente ao som de Amelinha, Joyce, Roberto Leal e tudo o que de mais barango existe. Vai ver foi o romantismo dele que conquistou o baiano na parada da linguiça.
Como tinha um bando de viciados no meio dos passageiros, um deles decidiu que o mais justo seria fumarem à vontade lá dentro, e quem não fosse fumante colocasse o nariz pra fora da janela. Ainda bem que Bira, o motorista gente boa, defendeu a equipe não viciada e impediu tal atitude cabeluda.
Felipe dá de contar o que aconteceu com ele na noite anterior. O companheiro de quarto falou: "Tem coisa melhor que uma boa cagada?", ao que ele respondeu: "Ó, ou eu não aprendi a cagar ou você nunca trepou..."
Bianca conta de suas experiências na loja de maquiagem - chique com força - em que trabalha; da mulherada pobre e sem noção que chega lá querendo montar um kit de 100,00 - isto num lugar em que o que custa menos é um baton de 92,00. Nem o baton só com a caixa de presente fica por cem pilas, quanto mais um kit. E aquelas que vêem um estojo de sombra e perguntam se é blush? Pois tem, e diz ela que dá vontade de responder: "é blush sim, sua baranga. A moda agora é ser avatar e pintar a cara de azul"...
Márcio, Fuscão e Ana trabalham no atendimento telefônico de informações sobre a Campanha de Popularização e contam as pérolas que são obrigados a ouvir:
* "Teatro adulto é só pra adulto?"
* "Em teatro infantil criança paga?"
* "Se criança de 2 anos não paga, posso deixar ela lá dentro e esperar cá fora?"
* "Que dia apagam as luzes de natal da Praça da Liberdade?"
* "Vocês vendem ingressos pro FIT?" - (sabendo que ligou pra Campanha...)
* "Quanto é o ingresso pro Cirque du Soleil?" - ( de novo, sabendo que ligou pra Campanha...)
Pra fechar com chave de ouro, quase chegando em BH, paramos num engarrafamento da estrada. Peninha olha pro lado e se emociona: "Cândida, você não vai acreditar! Uma moto de Itambacuri aqui do lado!". É demais, né não? Uma moto de nossa terra parar bem ali, do ladinho? Peninha tinha outro codinome quando vivia lá - Ludovico. Mudou quando veio pra capital. Alguma razão há de ter, eu penso, mas ele disfarça e não conta. Ainda descubro e conto procês.
O todo poderoso Rômulo foi e voltou de avião. Se ferrou. Comeu um pacotinho de amendoim e tomou refrigerante quente, enquanto nós comíamos pão com linguiça e tomávamos caldo de cana geladinho. Foi mudo e voltou calado, enquanto nossa viagem foi o que de mais alegre e falante poderia ser.
Enfim, ficou pra história.
Depois desta sou parte integrante fixa da equipe. Onquesfô eu vô.
A primeira vez a gente nunca esquece!

5 comentários:

Anônimo disse...

Eita, viagem danada de engraçada, heim, comadre! saiu algum casamento?
Mariângela Haddad

Anônimo disse...

Que biscoitinho. Ofereçeram uma bala grudenta que se aceitasse chegava banquelo a BH.

Sorte sua que pode conviver tantas horas com pessoas tão queridas.

Um dia te conto a viagem de ALFREDO VIROU A MÃO para Manhuaçu que foi parar em Ipatinga ,sabesse lá por que....e o motorista era uma Lady e ..Mas isso é outra história. Seja bemvinda a trupe de UM INIMIGO DOPOVO.

Anônimo disse...

AMADA!EU TAMBÉM QUERO IR.ANDO PRECISANDO DE UMA DIVERSÃO BOA.QUERO SEUS COMPANHEIROS DE VIAGEM PRA MIM.
BEIJO DE SAUDADE.
LILIAN

Anônimo disse...

Adorei colhega!
Morrí de inveja dos passageiros desta Van, nesta viagem lotada de adrenalina fabricada por tanta alegria!
Vc tem mesmo que “pongar neste transporte” em todas as outras ocasiões.

Bjs,

Beth

Anônimo disse...

Querooooooooooooo!Preciso fazer parte dessa equipe, Canquinha.Você não me inclui numa viagem dessa é sacanagem.Eu queroqueroquero.Beijo linda, Amo seu jeito de escrever e de viajar e de rir e de contar os causos otimos. Te amo,amiga!Dica